segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Fuga


E tem momentos em que eu só penso em seguir viagem. Aproveitar os amores que encontrei pelo caminho e partir ao amanhecer, sem despedidas ou explicações. O mundo lá fora, nunca visto, parece trazer um suposto conforto, um repouso, de tudo o que parece contínuo demais. Ou talvez a dor e a saudade representem um auto flagelo viciante que me faz falta.

Busco um vôo repleto de estranhos, um apartamento vazio com uma paisagem desconhecida na janela, ou uma estrada no deserto. Vontade de me encontrar, com unica e somente eu mesma, levando todos esses amores no coração, para descobrir o que restará no fim da jornada.

Mas por que toda essa desordem quando tanta coisa parece calmamente encontrar o seu lugar? Quando a cidade já está mapeada em minha mente? E o desconhecido parece me atrair mais na estabilidade do que no desespero. E é uma tentação deixar tudo para trás, sem romper, e nutrir a falsa expectativa de que ficariam parados esperando meu retorno dessa longa viagem...interior.


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Infinito enquanto dure


Um novo amor é como um oásis no deserto. Uma flor acidentalmente germinada no meu solo repleto de pedras. De repente, meu universo se enche de cores nunca vistas. Não há luzes, fogos, fantasias. É só mais um fenômeno da natureza.

Eu costumava temer os amores reais, e mesmo assim não podia me esconder das dores que mesmo as fantasias me traziam. Impedir algo de começar tentando evitar o fim é mera ilusão.

Sim, ele um dia chegará ao fim. Morrerá como tudo o que nasce. Vai perder sua intensidade ou me ferir. Talvez me leve pedaços...e nunca mais tornarei a ser a mesma pessoa. Uma crueldade inerente a tudo que passa por essa terra: parte da vida.

O que fazer? Simplesmente amar. Viver intensamente cada segundo. Reter tudo o que houver de bom e dar o melhor de si. E toda dor será bem vinda. Todo sofrimento, recompensado...cada lição, um capítulo de um livro maravilhoso.

E não há imensidão comparável à do "infinito enquanto dure"...